IBSN: Blog Internet Número de série 303-406-587-9

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Sugestão de leitura!

Sugestão de leitura!



Livro: Vamos praticar Yoga?

A escritora é professora de educação física, ela leciona em um Colégio em São Paulo. suas aulas são direcionadas para a prática consciente do yoga.

"Vamos Praticar Yoga?" é o convite que Maria Ester Massola faz para crianças de 06 a 14 anos, também para pais e professores. O livro foi escrito para despertar  o universo da prática yoga.
 Como as crianças estão expostas ao excesso de estímulos externos e avalanche de informações, o yoga ajuda acalmar e tranquilizar os pequenos, que desde cedo são ansiosos e super agitados. A proposta abordada no livro e realizada com as crianças traz um rico trabalho com posturas, respirações e preceitos éticos da arte milenar indiana que está embutida na prática do yoga.

O livro é permeado de lindas fotos com as crianças praticando o Yoga. São crianças de uma geração que convivem com o mundo eletrônico (computador, TV e vídeo games), elas descobriram a necessidade de se voltar para dentro e refletir sobre si mesmos, sobre o outro, sobre o planeta, e sobre valores éticos que atualmente os pais buscam desesperadamente passar para os filhos, o yoga trabalha de forma completa a formação humana de forma simples e agradável.

A prática do yoga instiga nos alunos o respeito uns para com os outros e com a natureza; infere reflexões sobre ações e atitudes; Ajuda criar o senso de consciência sobre os atos e atitudes realizados na sociedade. Introduz a importância de relaxar e refletir, de ter disciplina e respeito.

A riqueza do livro perpassa as expectativas de um simples livro sobre Yoga, pois envolve o projeto realizado com crianças, e a experiência da professora em ensinar a prática do Yoga (milenar) para essas crianças, constituindo suas vidas em conceitos e práticas, como também em hábitos. A obra é enriquecedora nas ilustrações, detalhes e forma com que escreve; um livro muito bem feito e de excelente material.

Recomendo a leitura para todos que tenham interesse no assunto, mas em especial para os pais, pois a linguagem é simples, clara e de fácil entendimento. É uma obra idealizada  com muitas energias boas, carrinho e amor.

Onde pode adquirir: http://livros.zura.com.br/vamos-praticar-yoga-isbn-9788576551881--maria-ester-azevedo-massola.html


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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Resumo do Livro Humberto Maturana e Francisco Varela

Texto elabora por: Juliana Fachin

MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. Tradução Jonas Pereira dos Santos. São Paulo: Palas Athena, 1995, 270 p.


Resumo do livro:

            O breve resumo elaborado busca trazer questões chave, com o intuito de descrever características da obra. A proposta é apontar pontos impactantes sobre cada capítulo do livro, fazendo referência ao que os autores mencionam sobre o assunto, e conjeturando conforme o entendimento e reflexão própria obtida no decorrer da leitura da obra.

Prefácio – Primeiras folhas: a necessidade de nos conhecermos
Os autores fazem diversos questionamentos sobre a convivência humana relacionadas à questão do desenvolvimento social. Coloca a questão do auto-controle, do domínio social, da convivência de uns com os outros. Enfatiza a necessidade de se entender, de estudar o processo de aprendizagem social, como elemento de influencia nos acontecimentos da humanidade em todos os tempos.
Apontam reflexões sobre a violência do ser humano com os próprios seres humanos, questões de conflitos. Abordam questões da responsabilidade social, do pensar no outro. Fazem uma analogia aos conflitos vivenciados na terra com um gigantesco estádio de futebol bélico, em que os inimigos se confrontam defendendo cada um a sua verdade.
Os autores questionam a questão dos estudos para o entendimento do processo de conhecimento, da apropriação do saber. Indicam para as teorias existentes sobre o comportamento humano como incapazes de responder sobre a organização de todo ser vivo, organização do sistema nervoso, e a organização básica do sistema social ou como surgem às relações comportamentais do ser humano que originam toda cultura.
Associando a este fator de incompreensão a questão genética, em que “o sistema nervoso em seus processos de percepção, opera captando, processando, acumulando e transmitindo informação.” (p. 13)
Relata um estudo da neurobiologia indicou que o fenômeno do conhecer poderia ser explicado como fenômeno biológico. O interesse em conhecer como opera a própria natureza.
A questão da harmonia social, fortificada na confiança, na paz, no respeito, no amor ao próximo, à colaboração, a solidariedade social.
“o universo de conhecimentos, de experiências, de percepções do ser humano não é passível de explicação a partir de uma perspectiva independente desse mesmo universo.” (p. 14) por isso todas as pesquisas realizadas nesse sentido não conseguiram apresentar uma resposta adequada para resolver o problema, que envolve o reconhecimento da natureza circular do conhecimento humano.

Reconhecer o outro em suas diferenças e saber respeita-las, o mesmo que as pessoas fazem com a conscientização das crianças, pois o preconceito, ódio não é herança genética, nem está ligada ao pré-conhecimento sucinto dos seres humanos, mas é criado e alimentado no decorrer dos tempos, com atitudes de desrespeito para com o próximo, com mau exemplo, e assim por diante.

“[...] nunca atingiremos uma convivência criativa e sempre estaremos generalizando o rancor, que se transforma num agressivo controle ou numa submissão hipócrita.” (p. 20)

O ser humano ao generalizar tudo sem pensar nas consequências de sua fala e de seus atos torna a sociedade um meio impaciente, inseguro, causando situações de caos, de guerra e constantes conflitos.


 Brotos de Inspiração.
Enfatizam a necessidade de descrever o ser humano para entender cientificamente o processo de observação, e da auto-observação e do ser autoconsciente.
“o conhecimento é um processo de "armazenamento" de "informação" sobre o mundo ambiente e que o processo de viver é, portanto um conhecer como "adapatar-se" a este mundo adquirindo mais e mais informação sobre sua natureza.” (p. 25)

Mas a dinâmica do ser vivo depende das mudanças ambientais (em que só sobreviverá se adaptar as mudanças) e incorporá-las em seu conhecer.
Para o observador, o fenômeno conhecer refere-se em adquirir informações de um ambiente cuja natureza é independente do fenômeno do conhecer.
A conclusão da observação de seres vivos é que (conforme o exemplo do macaco, p. 26): a dinâmica do ambiente é independente do ser vivo em estudo, (usando como acesso o conhecimento) independente da dinâmica de tal ser vivo. Esse processo em que se consiste o conhecer do ambiente esta relacionado à finalidade de adaptação do ser as mudanças do ambiente.
Logo o observador valida a experiência para a espécie humana, comparando-as com outros seres vivos, em sua adaptabilidade nas mudanças do ambiente. Mas não pode indicar que seus conhecimentos sobre o ambiente serão independentes e sua experiência com as quais experimenta o tal ambiente.
Os seres humanos não têm acesso ao seu próprio campo cognitivo, observando de fora desse campo. Não podendo analisar o funcionamento do cérebro ( próprio ou do outro).
“O observador é um sistema vivo, e o entendimento do conhecimento como fenômeno biológico deve dar conta do observador e do seu papel nele (no sistema vivo).” (p. 29)

"Tanto o biólogo quanto o teórico do cérebro ou o pensador social enfrentam um problema fundamental quando, 'nolens volens (querendo ou não), têm de descrever um sistema do qual eles mesmos 'são componentes.” (FOERSTER, p. 29) é impossível realizar um estudo ou teoria sem se incluir.

Como faria a análise das variações do próprio mundo e como explicar essas mudanças se não pode inferir sua percepção no contexto. Então, como realizar o triangulo entre o observador- organismo-ambiente?

Os estudos das ciências da vida e das ciências sociais são nada mais que uma nova visão do nosso velho mundo, numa perspectiva que obriga a um profundo repensar da natureza da condição social humana. (p. 36)

Com a observação do mundo, cria-se o conhecimento de uma nova percepção para olhar para o mundo e realidade social.


Folhas finais: viragens para um reencontro.

Relata a importância da convivência em conjunto, com o outro, aceitar o outro faz parte do processo de desenvolvimento pessoal e social. “a experiência cognoscitiva do presente na linguagem como fenômeno social.” (p. 43)

“A cosmovisão sobre o universo humano que aqui se apresenta, nos mostra que ela é coroada com a mesma concepção ética que nos faz refletir na condição humana como uma natureza cuja evolução e realização está no encontro do ser individual com sua natureza última, que é o ser social.” (p. 44)

“o aspecto extraordinariamente notável desta cosmologia é o fundamento operacional em que ela se baseia para demonstrar justamente que a condição última de nossa natureza é precisamente este "ser humano" que se faz (fazemo-nos) continuamente a si mesmo, num operar recursivo, tanto de processos autopoiéticos como sociais (linguagem), com os quais se gera continuamente a auto-descrição do que fazemos. Não é possível conhecer senão o que se faz.” (p. 45)

Apontam para o entendimento da evolução humana como meio de compreender o outro de entender a necessidade da existência de todos na terra. Constituindo a consciência de si e do outro, dou “altruísmo comunitário”, respeitando uns aos outros.


CAPÍTULO 1- A ÁRVORE DO CONHECIMENTO: As bases biológicas do entendimento humano.

Os autores ilustram o texto com uma imagem da coroação de espinhos de Jesus Cristo. Usam-nas para comparar demonstrar o fenômeno da cognição, relatando uma personagem que infere em seus gestos o ato de certeza, chamado pelos autores como fenômeno do conhecimento, ocasionando ações.

“toda experiência de certeza é um fenômeno individual, cego ao ato cognitivo do outro, em uma solidão.” (p. 53)

Apontam a experiência visual cotidiana, como a experiência das imagens cognitivas que trazem o foco para a sensação de estar vendo algo, e outro, de não perceber um ponto nítido onde deveria ver, a resposta conforme os autores estão da percepção de cada um, na experiência visual e de espaço de cada um.

Os autores indicam a experiência da cor relacionada ao estado de atividade do sistema nervoso determinado pela sua estrutura. “Não vemos o "espaço" do mundo - vivemos nosso campo visual. Não vemos as "cores" do mundo - vivemos nosso espaço cromático.” (p. 58)

“A reflexão é um processo de conhecer como conhecemos um ato de nos voltarmos sobre nós mesmos, a única oportunidade que temos de descobrir nossas cegueiras e de reconhecer que as certezas e os conhecimentos dos outros são, respectivamente, tão nebulosos e tênues quanto os nossos.” (p. 59)

Conforme os autores o ato da ação e experiência inseparável, indica que todo ato de conhecer produz um mundo. “todo fazer é conhecer e todo conhecer é fazer.” (p. 60)

A linguagem, ao mesmo tempo em que é um instrumento cognitivo é nosso problema.

“O produzir do mundo é o cerne pulsante do conhecimento, e está associado às raízes mais profundas de nosso ser cognitivo, por mais sólida que nos pareça nossa experiência. [...] O fenômeno do conhecer é um todo integrado, e todos os seus aspectos estão fundados sobre a mesma base (da experiência e percepção individual do ponto de vista de cada um).” (p. 61)

Os autores propuseram um sistema conceitual com o objetivo de gerar o fenômeno cognitivo como resultado da ação de um, ser vivo, com o intuito de mostrar que o processo pode resultar em seres vivos capazes de gerar descrições e refletir sobre elas, como resultado de sua realização como seres vivos, operando em seu domínio de existência.


CAPITULO 2- A ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS.

Os autores fazem ou retrocesso aos tempos em que no planeta não existia vida na terra, em que ainda se constituía este sistema em que é conhecido hoje. A questão levantada era tentar classificar os organismos vivos em sua organização, constituição para assim classificar a ordem desses seres.
A base biológica do conhece não pode ser entendida apenas pelo exame do sistema nervoso, mas sim como um todo. “Todo conhecer é uma ação da parte daquele que conhece. Todo conhecer depende da estrutura daquele que conhece.” (p. 68)

A descrição da história da terra, inferindo o surgimento e evolução das espécies e transformação da matéria que possibilitou o aparecimento dos seres vivos no planeta. Relata a constantes transformações e mudanças no sistema da via láctea, como o surgimento e desaparecimento das estrelas.
O surgimento molecular foi o que possibilitou o aparecimento dos seres vivos. As condições climáticas e terrestres que proporcionaram a evolução e nascimento de diversas espécies vivas.
“os seres vivos se caracterizam por sua organização autopoiética. Diferenciam-se entre si por terem estruturas diferentes, mas iguais em sua organização.” (p. 79)
 “A formação de uma unidade sempre determina uma série de fenômenos associados às características que a definem. [...] uma célula interage com uma molécula X, incorporando-a a seus processos, o que ocorre como conseqüência dessa interação é determinada não pelas propriedades da molécula X, mas pelo modo com que essa molécula é "vista" ou tomada pela célula quando esta a incorpora em sua dinâmica autopoiética.” (p. 84)

Os autores classificam os seres vivos como organismos capazes de se reproduzir continuamente a si mesmo. Chamando-os de organização autopoiética, definindo-se por relações. Os autores enfatizam que os seres vivos são unidades autônomas (aquilo que é próprio dele).

CAPÍTULO 3: HISTÓRIA: REPRODUÇÃO E HEREDITARIEDADE.

Relata a evolução dos seres no planeta, bem como a constituição da herança genética de cada um. A reprodução foi um fator importante na origem dos seres humanos, mas não faz parte da organização dos seres vivos.
“Toda vez que, num sistema, um estado surge como modificação de um estado anterior tem um fenômeno histórico.” (p. 88)

A unidade original (ser vivo- unidade autopoiética) e o processo que a reproduz (produzindo outra unidade distinta), constituindo uma cadeia de produção e reprodução viva.
Mas a reprodução não é a única e total forma de constituir uma espécie, “estamos dizendo simplesmente que, a reprodução não pode ser parte da organização do ser vivo porque, para que algo se reproduza, é preciso que antes seja uma unidade e tenha uma organização que o defina.”

 Não é por que algumas células humanas são capazes de se auto-reproduzir que o ser humano também é, o organismo todo é bem mais complexo. “a hereditariedade se manifesta em cada instância reprodutiva dos sistemas como um fenômeno constitutivo da reprodução ao gerar duas unidades da mesma classe.” (p. 98)
O DNA não é responsável pela estrutura celular, já que se constituem em uma rede dependente um do outro, portanto o DNA não é o único responsável pela organização celular em que possibilita a divisão e reprodução celular.

CAPÍTULO 4: A VIDA DOS METACELULARES

Aborda as formas de reprodução dos organismos celulares, enfatizando os processos de construção de novos elementos celulares no sistema vivo. Indica a sexualidade como um elemento ‘praticamente universal’ e fundamental para facilitar a multiplicação das linhagens.
“A ontogenia é a história da mudança estrutural de uma unidade sem que esta perca sua organização. Essa contínua mudança estrutural ocorre na unidade a cada momento, desencadeada por interações com o meio onde se encontra ou como resultado de sua dinâmica interna.” (104)


 “toda variação ontogênica resulta em modos diferentes de ser no mundo em que vivemos, porque é a estrutura da unidade que determina sua interação no ambiente e o mundo que configura.” (p. 115)

Neste capitulo os autores falam mais na organização e classificação dos organismos que constituem os seres vivos em suas fáceis mutáveis. Sendo que cada sistema celular constituem uma forma distinta de desenvolvimento e reprodução, mas que leva a congregação da espécie como qualquer outra, independente de seu hábitat. Constituindo-se seres vivos mutáveis e em constante reprodução.


CAPITULO 5: A DERIVA NATURAL DOS SERES VIVOS

Os autores tentam esclarecer com exemplos como ocorreu a transformação dos seres vivos durante sua história. Explicam a extinção de espécies como linhagens que em um determinado momento não são mais compatíveis com a variação ambiental, eliminando-se do sistema.

A forma viva que os organismos se reproduzem e se multiplicam está relacionado ao sistema complexo de mutação, desempenhando um papel fundamental para a evolução de todas as espécies vivas no planeta.
“Em primeiro lugar, vimos como eles se constituem enquanto unidades, e como sua identidade é definida pela organização autopoiética que lhes é própria. Em segundo lugar, explicamos de que modo essa identidade autopoiética pode adquirir a capacidade da reprodução sequencial, e assim gerar uma rede histórica de linhagens. Por último, vimos de que modo os organismos celulares, como nós mesmos, nascem a partir do acoplamento de células descendentes de uma célula única, e como todos os organismos metacelulares, intercalados em ciclos geracionais que sempre partem do estado unicelular, não passam de variações sobre o mesmo tema.” (p. 122)

Duas estruturas são consideras distintas umas das outras, conforme os autores: o ser vivo e o meio, mas há uma estrutura de ligação necessária para sobrevivência do ser vivo.

“uma mudança no ambiente não determinará o que acontece com o ser vivo, mas a estrutura deste (ser vivo) que define que mudanças ocorrerão como resposta.” (p. 123) “Essas mudanças estruturais ocorrem como resultado de sua própria dinâmica ou são desencadeadas por suas interações.” (p. 124)

O ser humano na maioria das vezes pensa que os problemas vêm dos outros, usando o exemplo dos autores, o carro, quando não pega pensamos que o problema está no carro e não na pessoa que está conduzindo o veículo.

“caso haja uma mudança significativa na temperatura terrestre, somente os organismos capazes de viver dentro do novo padrão térmico poderão continuar sua filogenia.” (p. 140)

Os seres capazes de se adaptar, e se desenvolver em um novo meio é que sobreviveram em um ambiente novo, no que consiste uma evolução terrestre, por tanto a auto avaliação e o processo de conhecimento são elementos fundamentais para a mudança do comportamento dos seres vivos e para garantir sua sobrevivência no meio.

CAPÍTULO 6: DOMÍNIO DE CONDUTA

Por mais que aconteça uma mudança de conduta em um ser vivo, este segue vivendo de forma intuitiva (conduzindo sua vida com o conhecimento vivido, sucinto), pois a forma com que aprendeu a fazer as coisas funcionava bem, a mudança é algo difícil em todas as espécies.

“Todo ser vivo começa sua existência com uma estrutura unicelular particular. É seu ponto de partida. Por isso, a ontogenia de todo ser vivo consiste em sua contínua transformação estrutural.” (p. 150), mas, não infere total mudança comportamental.

A formação estrutural não define o domínio de conduta. “sabemos que o sistema nervoso, sendo parte de um organismo, opera com determinação estrutural. Portanto, a estrutura do meio não pode determinar suas mudanças, mas apenas desencadeá-las.” (p. 153)

Como o caso da menina lobo, a adaptação ao meio humano não se deu totalmente por que a conduta anterior em que vivia lhe dizia que a forma de vida que tinha era a correta, e sua ‘família’ eram os lobos. 

“O problema começa quando mudamos, sem perceber, de um domínio para o outro, e exigimos que as correspondências que estabelecemos entre eles (pois podemos vê-los simultaneamente) participem de fato do funcionamento da unidade - nesse caso, o organismo e o sistema nervoso.” (p. 156)

“A conduta dos seres vivos não é uma invenção do sistema nervoso [...]. O que o sistema nervoso faz é expandir o domínio de possíveis condutas, ao dotar o organismo de uma estrutura tremendamente versátil e plástica.” (p. 158)

A conduta social é um elemento característica de cada espécie, que se destinge para sobrevivência e perpetuação da espécie. A mudança de conduta (postura) intuitiva ou não acontece a todo o momento, com grau maior ou menor, pois os seres vivos só sobreviveram até hoje por que são capazes de mudar conforme o meio e se adaptar a este ‘novo’ meio. 


CAPÍTULO 7: O SISTEMA NERVOSO E A COGNIÇÃO

Neste capítulo os pesquisadores tentam esclarecer de que maneira o sistema nervoso influencia na interação de um organismo.

“é comum ouvirmos que o sistema nervoso é um órgão que funciona à base de trocas elétricas.” (174)

“O sistema neuronial se inseriu no organismo por meio de conexões múltiplas entre muitos tipos celulares, funcionando como uma rede de interconexões neuroniais entre as superfícies sensoriais e motoras e constituindo o conjunto que chamamos de sistema nervoso.” (174)

O sistema nervoso é interligado em uma rede conectada umas nas outras em que agem em conjunto. Mas o sistema nervoso age conforme o reflexo do exterior não inferindo conduta, ele age conforme o reflexo ligando a superfície sensorial com a motora.

“o aumento da massa cefálica amplia enormemente as possibilidades de plasticidade estrutural do organismo, o que é fundamental para a capacidade de aprendizagem.” (182)

“o sistema nervoso funciona como uma rede fechada de mudanças de relações de atividade entre seus componentes.” (183)

A plasticidade é o ato em que o sistema nervoso ao participar da ação dos órgãos sensoriais. Como parte do organismo o sistema nervoso participa das interações com o meio, estando em contínua mutação.

“o fenômeno da mudança estrutural se manifesta com mais força entre os vertebrados, particularmente entre os mamíferos. Assim, toda interação, todo acoplamento afeta o operar do sistema nervoso devido às mudanças estruturais que desencadeia nele.” (p. 187)

“A riqueza plástica do sistema nervoso não reside em sua produção de representações "engramas" das coisas do mundo, mas em sua contínua transformação, que permanece congruente com as transformações do meio, como resultado de cada interação que efetua.” (p. 187)

As mudanças estruturais que acontecem no sistema nervoso respondem as necessidades do organismo, que conserva a adaptação do organismo a seu meio de interação.

O domínio de conduta parece não ser algo predestinado ou embutido, já que o exemplo das meninas lobo mostrou que a adaptação delas nos costumes humanos não as fez abandonar todas as formas já concebidas de vivência e adotar novas concepções como correr em duas pernas. Logo sua estrutura de vida mudou, adaptou-se a alguns modos de vida humana, mas a lembrança da vida lobo ainda existia em seu ser. “diz-se que as estruturas são ontogênicas e que as condutas são aprendidas” (p. 189)

Com relação ao conhecimento, a forma que usamos para medir o conhecimento de alguém é quando está responde à uma pergunta de forma efetiva.

A forma com que é usado o sistema nervoso relacionado a cognição do funcionamento do organismo faz com que, em determinados momento ele aja de forma limitada, mesmo para aqueles cuja capacidade de diversidade é ilimitada como o homem. Quer dizer que apesar de um sujeito conhecer muito não quer dizer que este vai saber resolver um problema simples assim como lhe foi pedido, mesmo que este sujeito detenha de um conhecimento amplo.

“Em organismos cujo sistema nervoso é tão rico e variado como o do homem, os domínios de interação permitem a geração de novos fenômenos ao possibilitar novas dimensões de acoplamento estrutural. Foi isso que, em última instância, possibilitou a linguagem e a 'autoconsciência humanas.” (p. 192)
 Com o desenvolvimento dessas características é que foi possível a evolução da espécie, desenvolvendo sentidos, habilidades e consciência do que estava sendo feito, isso é entendimento do processo de sobrevivência em sociedade.


CAPÍTULO 8: OS FENÔMENOS SOCIAIS

O capítulo oito relata a organização social desde a constituição da ‘família’ filho, reprodução e responsabilidades em criar os filhos, como as diferenças das responsabilidades por organizações de espécies diferentes de seres vivos os chamados seres sociais (insetos).

Citam exemplos dos fenômenos sociais, como o comportamento de um grupo de formiga, servos, lobos, etc. a organização e formação de papeis são fundamentais para a sobrevivência do grupo.

A comunicação é elemento essencial para manter o contato com os demais indivíduos de um grupo. Mas “biologicamente, não há Informação transmitida na comunicação. O fenômeno da comunicação não depende do que se fornece, e sim do que acontece com o receptor” (p . 209).

Os vertebrados conseguem adaptar-se por que tem uma característica em comum, a imitação, os jovens observam os mais experientes e imita sua forma de articular, comunicar e agir.

Os casos de elementos altruísta em alguns grupos são entendidos como: “Os etólogos chamam de "altruístas" as ações que podem ser descritas como tendo efeitos benéficos para a coletividade.” (p. 210) uma conduta carregada de conotações éticas, conforme os autores a conduta altruísta são quase universais.

Há também os indivíduos que age de forma diferente, em que, “cada um cuida egoistamente de seus próprios interesses à custa dos demais, numa implacável competição.” (p. 210)

“a existência do vivo na deriva natural, tanto onto como filogenética, não depende da competição, e sim da conservação da adaptação.” (p. 210)

“A coerência e harmonia nas relações e interações entre os integrantes de um sistema social humano se devem à coerência e harmonia de seu crescimento dentro dele, numa contínua aprendizagem social que seu próprio operar social (linguístico) define, e que é possível graças aos processos genéticos e ontogenéticos que lhes permitem sua plasticidade estrutural.” (p. 215)

A evolução dos seres vivos caminhou para a consagração das espécies, de forma diferente em cada uma, mas com o mesmo objetivo para todas, o de sobreviver, seguindo o ciclo biológico da vida.


CAPÍTULO 9: DOMÍNIOS LINGUÍSTICOS E CONSCIÊNCIA HUMANA

A linguagem permite a mudança no domínio comportamental possibilitando desenvolver a reflexão e a consciência

Se for observada a história natural do homem, “o domínio linguístico do homem é muito mais abrangente e envolve muito mais aspectos de sua vida do que ocorre com qualquer outro animal.” (p. 223)

“A partir da existência da linguagem, não há limites para o que podemos descrever imaginar, relacionar. Ela permeia de modo absoluto toda a nossa ontogenia como indivíduos, desde o caminhar e a postura até a política.” (p. 224)

A característica mais forte da espécie humana está relacionada ao fato de poderem se alimentar, acasalar, se comunicar e sobreviver em cooperação, se relacionando como famílias e aprendendo novas formas de fazer as coisas, aperfeiçoando a todo instante, e cuidando uns dos outros de forma a manter a sobrevivência do grupo. Logo então a conduta linguística passou a ser objeto de coordenação comportamental.

“O sistema vivo, em todos os níveis, organiza-se de forma a gerar regularidades internas.” (p. 241) uma forma de comunicação, informando a um elemento o que ele precisa fazer, ou qual é sua função no sistema.

As palavras em sua forma geram ações, na história humana de interação a linguagem permitiu a interação pessoal. O homem só reflete sobre as suas ações quando de alguma forma fracassa em alguma dimensão de seu existir, os danos percebidos é que relata o quanto seu comportamento influencia e manipula a manutenção do mundo.

O fenômeno da comunicação são fatores essenciais para toda está interação social em todos os segmentos humanos. As atitudes cotidianas sob a perspectiva de mudanças é que faz a motivação da sociedade em aferir mudanças e novos comportamentos. E assim se deu o desenvolvimento do comportamento humano, o homem agindo conforme sua consciência seguindo caminhos, fazendo escolhas e agindo conforme a adaptação do ambiente, meio ou grupo. “é a rede de interações linguísticas que nos torna o que somos.” (p. 242)


CAPÍTULO 10: A ÁRVORE DO CONHECIMENTO

A interação do homem com o meio é que constroem a sua história. os fenômenos sociais, fundados num acoplamento linguístico, dão origem à linguagem, e como a linguagem, a partir de nossa experiência cotidiana do conhecer, nos permite gerar a explicação de sua origem. O começo é o final.” (p. 247)

“Tudo o que temos em comum como seres humanos é uma tradição biológica que começou com a origem da vida e que se estende até hoje, nas variadas histórias dos seres humanos deste planeta.” (p. 249)

O aprendizado instiga a espécie humana curiosa a buscar saber mais sobre algo, abrangendo um campo ilimitado de conhecimento. “O conhecer do conhecer não se ergue como uma árvore com um ponto de partida sólido, que cresce gradualmente até esgotar tudo o que há para conhecer.” (p. 250)

O conhecer faz com que as pessoas se comprometam, faz tomar uma atitude contra a tentação da certeza, e reconhecer que nossas certezas não são provas da verdade. “ao saber que sabemos, não podemos negar que sabemos.” (251) constituindo uma ética social perante os outros

“Se sabemos que nosso mundo é sempre o mundo que construímos com outros, toda vez que nos encontrarmos em contradição ou oposição a outro ser humano com quem desejamos conviver, nossa atitude não poderá ser a de reafirmar o que vemos do nosso próprio ponto de vista, e sim a de considerar que nosso ponto de vista é resultado de um acoplamento estrutural dentro de um domínio experiencial tão válido como o de nosso oponente, ainda que o dele nos pareça menos desejável.” (p. 251)

A consciência faz com que o homem tenha a necessidade de refletir sobre a existência do outro em seu ponto de vista e aprenda a conviver com o outro e suas diferenças, pois o homem só pode viver no mundo que se constroem com a ajuda do outro, olhando para o outro de forma igual como se olha- se para si mesmo. Pois sem amor, aceitação, socialização, não há humanidade.

“Todo ato humano ocorre na linguagem. Todo ato na linguagem produz o mundo que se cria com outros no ato de convivência que dá origem ao humano: por isso, todo ato humano tem sentido ético. Esse vínculo do humano com o humano é, em última análise, o fundamento de toda ética como reflexão sobre a legitimidade da presença do outro.” (p. 252)

Conforme os autores, toda ação social reflete em uma reação, ou mudança, seja para melhor ou pior, e todos sofrem as consequências. Refletir, auto avaliar, segundo os autores, são processo que ajudam na conscientização humana e consequentemente evolução da espécie.

O homem moderno vive em um período do desconhecimento do desconhecer. O não comprometimento com as ações sociais faz ser omisso com relação às responsabilidades sociais perante aos demais seres humanos. (p. 252)

A breve critica ao individualismo humano em uma sociedade, está relacionada com os fatos de que as pessoas desenvolveram a capacidade de saber algo que não condiz com as normas, as regras da sociedade, mas fazem de conta que não vê, de forma omissa toca sua vida como se aquilo na fizesse parte do ambiente em que vive da sociedade que participa.


Considerações finais:

            O livro é muito bom, trata da evolução da sociedade e seres vivos de uma forma diferente, com um amplo  sobre o assunto, aponta e levanta vários questionamentos sobre soluções e problemas, fazem reflexões sobre temas pouco discutidos na sociedade.
            Os autores tornam o texto bem explicativo com notas e exemplos para ajudar no detalhamento e compreensão do tema. É uma obra um tanto densa, mas muito esclarecedora, apesar de que, alguns assuntos necessitarem de maior atenção, ou talvez, releitura para a total compreensão, a obra consegue abordar de forma sucinta o tema proposto pelos autores.




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