IBSN: Blog Internet Número de série 303-406-587-9

sábado, 28 de setembro de 2013

Ser ou não ser original cm ciências sociais ??


Ser ou não ser original cm ciências sociais é um artigo do autor Edson Nery da Fonseca, publicado em 1973, (40 anos atrás), porém se aplica aos dias de hoje. Trata da publicação científica nos conflitos existenciais da academia, produtora do conhecimento.O artigo é fabuloso, vale apena ler.


RESUMO
Diversos motivos explicam porque, no campo das ciências sociais, só recentemente a bibliografia e a documentação têm alcançado elevado reconhecimento. Nesse campo, surgem grandes dificuldades com a imprecisão conceitual, o que não ocorre nas ciências exatas e naturais com conceitos definidos e taxonomias internacionalmente consagradas; outra dificuldade é a que resulta da crescente interrelação entre as ciências sociais, isto é, do seu caráter interdisciplinar. Tanto em ciência como em arte a originalidade absoluta não existe, consistindo na combinação de elementos velhos com novos ou de dois elementos velhos nunca antes reunidos. Um novo campo de estudos sobre a relação entre documentos citados e documentos citantes já está consagrado com o nome de ciência da informação, que trata da metodologia interdisciplinar relacionada com os outros campos e procura investigar o chamado fluxo da informação. Reconhecimento por Victor Zoltowsky, da natureza científica e não apenas técnica da bibliografia, considerada como ciência concreta. Em artigo publicado em 1943, Gilberto Freyre se ocupou pioneiramente do conceito de originalidade e da importância das citações na gênese da criação científica.

ABSTRACT
To be or not to be original in social sciences: concerning a pioneer article. v. 1, n. 2, p. 227-235, jul./dez. 1973. Several aspects explain why in the social sciences field, only recently that the bibliography and the documentation had reached high acquaintance. In social sciences field’s there are great difficulties how the conception impression, what don’t have occurence in the exact and natural sciences because have definitives concepts and international consecrated taxonomies. Other difficulty is the result from the relation between the social sciences, that is its interdiscipline character, as in science as in art there is no originality; it is the combination of news and old elements or of two old elements never before met. A new field of study about citations and scientific creation is already consecrated with the name of information science, that deals with the others fields and look to investigate the called flow information. Acknowledgement of Victor Zoltowsky, sociologic of the scientific nature and not only bibliography technique considered as concrete science. In an article published in 1943, Gilberto Freyre, as the pioneer, established the concept of originality and made relevant the importance of citation in the genesis of the scientific creation.

RESUMÉ
Être ou ne pas être original en sciences sociales: à propos d’un article original. v. 1, n. 2, p. 227-235, jul./dez. 1973. Il y a divers motifs pour expliquer pourquoi, dans les sciences sociales, la bibliographie et la documentation ont connu très récemment une grande valeur. Dans le champs des sciences sociales, apparaissent de grandes difficultés, comme, l’impression conceptuelle chose qui n’arrive pas dans les sciences exactes et les sciences naturelles, qui ont des concepts définis et des taxonomies internationalement reconnus. Une autre difficulté, vient de la croissante intercommunication entre les sciences sociales, c’est-à-dire de son caractère interdisciplinaire. Dans la science comme dans l’art, l’originalité absolue n’existe pas; c’est la combinaison d’éléments anciens avec des nouveaux ou de deux éléments anciens, qui jusqu’alors ne se sont jamais reunis. Un nouveau champs d’étude sur des citations et la création scientifique est déjà consacré avec le nom de science de l’information qui a pour objet la méthodologie interdisciplinaire par rapport à autres champs et a pour but la recherche de ce que nous appelons le flux d’information. Victor Zoltoweky reconnaît la nature scientifique et non simplement téchnique de la bibliographie, considérée comme science exacte. Dans un article publié, em 1943, Gilberto Freyre s’est occupé pour la premiere fois du concept de l’originalité et de l’importance des citations, dans la genesi de la création scientifique.

Fonte:

FONSECA, Edson Nery da. Ser ou não ser original cm ciências sociais. Ci. & Tróp., Recife,  v. 1,  n.2, p. 227 -235,  jul. /dez., 1973. Disponível em: <http://periodicos.fundaj.gov.br/index.php/CIT/article/view/39/7>. Acesso em: 28 set. 2013.

domingo, 2 de junho de 2013

Periódicos da Área Ciência da Informação

Em uma breve pesquisa na web, localizei estes periódicos da área (Ciência da Informação e algumas de áreas correlatas), todas ativas e funcionando.

Anais do Museu Paulista
http://www.mp.usp.br/publicacoes/anais-do-museu-paulista

Revista Estudos Históricos
http://cpdoc.fgv.br/revista

Revista de História
http://revhistoria.usp.br/

Revista Ciência da Informação
http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf

Revista DataGramaZero
http://www.dgz.org.br/

InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação
http://revistas.ffclrp.usp.br/incid

Perspectivas em Ciência da Informação
http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci

Revista Ibero-Americana de Ciência da Informação
http://seer.bce.unb.br/index.php/rici

Informação & Informação
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/index

Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação (RDBCI)
http://143.106.108.14/seer/ojs/index.php/rbci/about

Em Questão
http://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao

Transinformação
https://www.puc-campinas.edu.br/periodicocientifico

Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação
http://inseer.ibict.br/ancib/index.php/tpbci/index

Revista ACB
http://revista.acbsc.org.br/racb

Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação
http://rbbd.febab.org.br/rbbd/index

PontodeAcesso
http://www.portalseer.ufba.br/index.php/revistaici

Brazilian Journal of Information Science
http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/bjis

Biblionline
http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/biblio

Informação & Sociedade: Estudos
http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies

Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação
http://infobci.wordpress.com/category/revista-digital-de-biblioteconomia-e-ciencia-da-informacao/

Revista Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia
http://www.deolhonaci.com/pbcib/

Revista PerCursos
http://www.periodicos.udesc.br/index.php/percursos

Revista Biblos
http://www.seer.furg.br/biblos/index

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Resumo do Livro: Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia.


Por: Juliana Fachin

Resenha do Livro:

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia.  São Paulo: Ed. 34, v.1, 1995.  


Conforme Deleuze e Guattari (1995) os rizomas não têm início nem fim, eles se encontram, conectam entre si; estar na estrutura rizomática e fazer parte, é o elo, a aliança mais importante de ligação dessa estrutura, seguindo uma linha de evolução. 


Não existem pontos ou posições num rizoma como se encontra numa estrutura, em numa árvore, numa raiz. Existem somente linhas. [...] Todo rizoma compreende linhas de segmentaridade segundo as quais ele é estratificado, territorializado, organizado, significado, atribuído etc. (DELEUZE; GUATTARI, 1995, p. 16-17).

 

O significado de sua existência e sua evolução está na ligação que tem com as coisas, no meio em que se encontra conectado, com o objeto de relação.  Deleuze e Guattari explicam a relação entre o significado e significante:

Não há diferença entre aquilo de que um livro fala e a maneira como é feito. Um livro tampouco tem objeto. Considerado como agenciamento, ele está somente em conexão com outros agenciamentos, em relação com outros corpos sem órgãos. Não se perguntará nunca o que um livro quer dizer, significado ou significante, não se buscará nada compreender num livro, perguntar-se-á com o que ele funciona, em conexão com o que ele faz ou não passar intensidades, em que multiplicidades ele se introduz e metamorfoseia a sua, com que corpos sem órgãos ele faz convergir o seu. (DELEUZE; GUATTARI, 1995, p.11).


Essa questão da necessidade do significado das funções das coisas, destacando que, o que realmente importa é a conexão que estas coisas fazem com outros elementos que podem ser do mesmo gênero, espécie ou não.

Deleuze e Guattari explicam que até mesmo animais são rizomas, plantas, raízes, matilhas, não só na forma, mas também, na conduta como vivem em seu habitat, deslocamento, função e organização, indicando que um “rizoma tem formas muito diversas” (DELEUZE; GUATTARI, 1995, p. 14).

Os autores apresentam características “aproximativas” de um rizoma, com base em seis princípios.

1º e 2º princípio é a heterogeneidade: indica que, qualquer parte “ponto” de um rizoma pode ser conectado a qualquer outro, não fixando um ponto em apenas um local, mas todos são diferentes com características diferentes.

3º trata do princípio da multiplicidade: não tem relação com sujeito ou objeto, mas tem “determinação, grandeza, dimensões”, conforme crescem mudam de natureza, com a multiplicidade surge às leis da combinação. “As multiplicidades se definem pelo fora: pela linha abstrata, linha de fuga ou de desterritorialização segundo a qual elas mudam de natureza ao se conectarem às outras” (DELEUZE; GUATTARI, 1995, p. 16). Como a questão das combinações genéticas de uma tribo, em que gerações próximas não se relacionam para preservar a multiplicidade, intuitivamente inibindo a consanguinidade.

4º O princípio de ruptura: a-significante, um rizoma pode sofrer uma ruptura a qualquer momento separando ou atravessando estruturas. “Um rizoma pode ser rompido, quebrado em um lugar qualquer” (DELEUZE; GUATTARI, 1995, p. 17).  Podendo retomar algumas linhas, como se fosse impossível exterminá-lo (exemplo do formigueiro, em que o extermínio de algumas formigas não extingue a formação e reconstituição de todo o formigueiro).

“Nó:, fazemos rizoma com nossos vírus, ou antes, nossos vírus nos fazem fazer rizoma com outros animais” (DELEUZE; GUATTARI, 1995, p. 18).  O exemplo é a transferência genética entre espécies iguais e diferentes, dados genéticos são transmitidos e modificados, causando uma ligação entre espécies diferentes. Seria o caso dos vírus derivados de animais e transmitidos de um humano para outros; um exemplo é a gripe derivada do suíno, de aves, nesses animais não causam grandes danos, mas pode ser altamente destrutivo nos humanos, criando um elo de relação, de troca de informação genética entre espécies diferentes. 

“Evoluímos e morremos devido as nossas gripes polimórficas e rizomáticas mais do que devido a nossas doenças de descendência ou que têm elas mesmas sua descendência. O rizoma é uma antigenealogia” (DELEUZE; GUATTARI, 1995, p. 18/19).

5º e 6º Princípio de cartografia e decalcomania: um rizoma não se explica por nenhum modelo estrutural ou gerativo, ainda a qualquer ideia de eixo genético ou estrutura profunda. O rizoma compõe um mapa com os objetos e coisas que contribui para a ‘conexão’ de campos. “O mapa é aberto, é conectável em todas as suas dimensões, desmontável, reversível, suscetível de receber modificações constantemente” (DELEUZE; GUATTARI, 1995, p. 21).

Um mapa se compõe na reconstituição, no desenho, adaptação, montagem de ‘qualquer natureza’, ele pode ser montado por um único indivíduo, grupo ou por uma sociedade ou parte dela, desenhando-o em paredes, obras de arte, ação política, ou como um gesto espiritual como a meditação. “Uma das características mais importantes do rizoma talvez seja a de ter sempre múltiplas entradas” (DELEUZE; GUATTARI, 1995, p. 21).

As ligações rizomáticas conectadas a uma rede em que estados não definidos a-significante conectam com outros sem formação heterogênea, mas que tem sentido de existência em sua plenitude, significância sem significado definido ou padrão.

Um sistema a-centrado faz ligação coordenada e independente com uma instância central, multiplicando entre outros pontos de ligações da rede. O modelo descentralizador da multiplicidade de módulos, ramificações numerosas e independentes, carregando um mínimo de poder central e modulação hierárquica, tornando um sistema livre e sem barreiras, mas que pode sofrer rupturas no percorrer do seu caminho. “Árvores podem corresponder ao rizoma, ou, inversamente, germinar em rizoma” (DELEUZE; GUATTARI, 1995, p. 26/27), a relação entre si se baseia na conexão e troca.

Os autores citam modelos rizomáticos, dos quais, grupos aborígenes consistem na formação da sociedade humana. Os “índios sem ascendência, seu limite sempre fugidio, suas fronteiras movediças e deslocadas.”

A questão da existência no local, espaço, meio, um rizoma é livre, ele segue um caminho não definido, conectando-se com outros e outros, sempre criando elos não definidos, mas contínuos, com significado não significante de formas diferentes de multiplicar, se relacionar, faz a ligação arborescente na rede rizomática.

O rizoma é feito somente de linhas: linhas de segmentaridade, de estratificação, como dimensões, mas também linha de fuga ou de desterritorialização como dimensão máxima. [...] O rizoma procede por variação, expansão, conquista, captura, picada (DELEUZE; GUATTARI, 199, p. 31-32). 

Essas linhas seguem seu caminho sem objetivo de chegada, nem de partida, apenas de seguir em frente, deslocando-se por lugares, criando as redes de ligações, os mapas do percurso.

Um sistema rizomático pode ser algo complexo de se entender, porém é expressivo quanto a sua posição, característica na sociedade, um sistema constituído por rizomas (conforme interpretação do livro Mil platôs) contempla a ligação de todos os elementos vivos, natureza, ambiente etc. Esses laços e ligações remetem a função de cada um no mundo em que vivemos e como somos influenciados uns pelos outros, involuntariamente de forma a construir, traçar linhas, percursos no mapa da vida de forma rizomática! 



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