IBSN: Blog Internet Número de série 303-406-587-9

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Lançamento do Livro "Sobrevivendo ao Mito da Destruição Total: Os Arquivos da Guerrilha do Araguaia"

A prof.ª Shirley Carvalhêdo Franco está lançando o livro "Sobrevivendo ao Mito da Destruição Total: Os Arquivos da Guerrilha do Araguaia", na Livraria Cultura em Brasília.


Descrição da Obra



Geralmente os documentos arquivísticos são considerados o ponto inicial para se entender -o fio da meada- dos fatos históricos. Na obra Sobrevivendo ao mito da destruição total: os arquivos da Guerrilha do Araguaia, a autora fez caminho inverso. Após entender a Guerrilha por obras bibliográficas e ficar ainda mais curiosa quanto à possibilidade de destruição completa e absoluta de todos os arquivos referentes a esse evento histórico, Shirley decidiu aprofundar a sua pesquisa sobre a participação das instituições citadas naquelas obras no desmantelamento do movimento. Para a sua surpresa, além de constatar que ainda encontram-se -vivos- diversos conjuntos de documentos arquivísticos, ou fundos, acabou por elaborar uma nova noção arquivística -a ramificação-, ao constatar que a sobrevivência desses documentos arquivísticos pode ser explicada, em grande parte, pela própria noção por ela elaborada, a qual constitui, dessa forma, uma contribuição ao arcabouço teórico da Arquivologia.



Fonte: http://www.editoraappris.com.br/produto/4333330/Sobrevivendo-ao-Mito-da-Destruicao-Total-Os-Arquivos-da-Guerrilha-do-Araguaia


Periódicos da área de Ciências Sociais Aplicadas I


Em tempos de muita discussão sobre produção e produtivismo, a Compós coloca à disposição da comunidade a relação dos periódicos da área de Ciências Sociais Aplicadas I (CSAI) que integram o sistema Qualis da Capes. Separados por seu estrato (A1, A2, B1, B2, B3, B4 e B5), o pesquisador se depara com mais de mil e cem títulos. Basta clicar em um deles que o consulente é levado ao respectivo site, que traz todas as informações relativas à publicação.


Algumas observações preliminares devem ser feitas. Em primeiro lugar, o levantamento tomou como base os dados disponíveis no Web Qualis referentes à classificação estabelecida para o triênio 2010 a 2012. Esse levantamento abrange, portanto, os periódicos da área CSAI, não apenas

os de comunicação. Por outro lado, como se sabe, uma revista passa a integrar o sistema Qualis quando o programa de pós-graduação informa a Capes (anteriormente via o coleta e agora via plataforma Sucupira) o artigo escrito pelo professor e/ou estudante em um determinado periódico. Se notamos a ausência de um ou outro título, ela pode ser explicada pelo fato de que não tivemos no triênio passado artigos de pesquisadores dos programas de pós-graduação nestas publicações. Por fim, não foi possível localizar todos os links. Acreditamos também que um ou outro erro pode ter ocorrido nesse levantamento. Contamos com o apoio dos colegas no sentido de aperfeiçoar esse instrumento de pesquisa.


Recorrer à noção de instrumento de pesquisa não é fortuito. Além de permitir ao interessado que identifique as revistas para as quais pretende submeter seus artigos, a lista, dividida por estratos, fornece um diagnóstico amplo da produção científica em nosso campo. Por seu intermédio, é possível comparar as publicações estrangeiras com as nacionais, identificar as semelhanças e diferenças entre os periódicos separados por estratos, aproximar revistas de Comunicação às de Ciências da Informação, e assim por diante.



Contamos com a colaboração neste trabalho de Marcus Biaggi, a quem agradecemos.



Eduardo Morettin

Inês Vitorino
Gislene Silva


Diretoria Compós 2013 - 2015



Fonte: http://compos.org.br/periodicos.php#A1

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Sugestão de Leitura sobre Acesso à Informação: Lei 12.527 de nov. 2011.

Sugestão de Leitura sobre Acesso à Informação: Lei 12.527 de nov. 2011. 

FACHIN, Juliana. Acesso à Informação Pública nos Arquivos Públicos Estaduais. 2014. 164 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 21 mar. 2014. Disponível em:

http://eprints.rclis.org/23504/

Licença Creative Commons

sábado, 31 de maio de 2014

SOBRE A INTERDISCIPLINARIDADE

SOBRE A INTERDISCIPLINARIDADE 

  Aldo de Albuquerque Barreto 

"A Interdisciplinaridade não é mais o que costumava ser" são palavras de Pierre Jacob em seu artigo:  "A philosopher's reflections on his interactions with a neuroscientist" no  Seminário Virtual "Repensando a interdisciplinaridade" acontecido em: 
http://www.interdisciplines.org/interdisciplinarity com o patrocínio do "Centre National de la Recherche Scientifique" da França.

A questão da interdisciplinaridade, é dito, floresceu dos anos 70 a 90 para atenuar a maneira rígida e independente com que cada disciplina se posicionava na Academia. A partir de 1980, porém, a interdisciplinaridade tem sido usada para introduzir, com certo autoritarismo acadêmico, as soluções mal arrumadas para os problemas centrados nas dificuldades teóricas, metodológicas e práticas de uma área. As lacunas teóricas são preenchidas com uma reflexão estrangeira, com  arcabouços prontos trazidos apressadamente de outras áreas.

Muitas vezes o modismo intelectual e acadêmico pode levar a uma prepotência homogeneizadora do pensamento em vigor, são posições fortes e de difícil questionamento. A teoria dos Sistemas e depois o Cognitivismo, cada um em sua época, são exemplos disso. Durante o reinado de cada "embasamento teórico conceitual", qualquer projeto que não tivesse sua explicação teórica ou sua metodologia centrada em seu pensamento normativo, sequer seria analisado.

Ian Hacking comenta o fato no Seminário acima citado:

"A idéia da raiz é aquela de uma disciplina onde você pode ver como a idéia se bifurca. Em uma mão, os professores religiosos e acadêmicos, os coordenadores, ou os artistas modernos que têm disciplinas criam campos do conhecimento, da compreensão e da atividade. 

Em minha opinião, o que importa é que diligentes pensadores e honestos ativistas respeitam as habilidades aprendidas e talentos de nascimento. Existirá sempre alguém que sabe mais do que você em seu campo ou pode fazer algo mais do que você pode. Não porque você é inexperiente no domínio, mas porque você, em determinado momento e tema, necessita a ajuda de uma outra pessoa. Eu nunca procuro a ajuda de uma pessoa 'interdisciplinary', mas somente de um 'disciplined'."

E segue: "Há hoje uma consciência crescente que os diagramas podem ter um papel fundamental na comunicação das idéias. Na Física moderna, o diagrama de Feynman é uma ferramenta indispensável do pensamento. Eu fiquei interessado nos diagramas em árvore. Neste campo há os cientistas cognitivos que discutem fortemente as hierarquias, as taxonomias. É isto uma questão interdisciplinar? Em um sentido, 'sim', e eu devo estar  consultando peritos das disciplinas que são mutuamente entrelaçadas nesse foco pretendido.  
Mas, em um sentido mais importante, a resposta é 'não': os acadêmicos altamente disciplinados ajudam sempre e individualmente o pesquisador externo em um projeto que seja fácil de explicar e de cativar a atenção.

Eu respeito as perguntas levantadas por meus colegas, mas acho que vale a pena fazer uma indicação em relação às disciplinas que, embora de grande colaboração, não necessitam ser, no sentido amplo da palavra, 'interdisciplinares'."[*] 

 (continua...) 
(...continuação) 
  
Um querer interdisciplinar não pode simplesmente transpor teorias e conceitos emprestados de um campo ou área para formar novo conhecimento em outra área. Este transporte de idéias, métodos, do pensar em si tem que respeitar as características existentes e manifestas da área que empresta, por exemplo, a Ciência da Informação com seu objeto, a informação, considerando todas as suas configurações fenomenais, suas qualidades, características e singularidades. Não basta pegar e trazer. É preciso estabelecer um canal formal de comunicação e relações entre as duas áreas.

A interdisciplinaridade é a observância partilhada de preceitos e normas acadêmicas e não se constrói na desordem da emergência. Assim, toda uma argumentação deve ser construída para a viabilidade da transmutação de conhecimentos que precisa estar clara e convincente.  Deve estar, ainda,  detalhadamente explícito como este pensar estrangeiro se insere no mundo do outro campo e, ao se inserir, não provocar estranhamentos teóricos e conceituais. A interdisciplinaridade é via de mão dupla e só acontece no trabalho conjunto e formalizado de grupos comuns.

Um bom exemplo desse desencontro de idéias é a Ciência Cognitiva, um trabalho conjunto de neurocientistas, biólogos, cientistas da computação, engenheiros e cientistas sociais, entre outros. Um primor de interdisciplinaridade por quantidade de campos.

A Ciência Cognitiva defende que as operações mentais podem se adequar a um sistema representacional do tipo algoritmo versus máquina para modelar e expor as funções cognitivas em determinado contexto. Assim, pelas normas da ciência cognitiva, podem ser representados em um modelo computacional a memória, a cognição, o raciocínio, o conhecimento e a representação do conhecimento. 

Este modelo da Ciência Cognitiva nada tem a ver com o "cognitivismo", do qual nos fala Nick Belkin e outros. Este tem uma conotação humanista e filosófica de apropriação da informação por uma consciência subjetiva: acredita o conhecimento como fruto de um processo que envolve as cadeias do pensamento, processo complexo, ainda inexplorado, e não modelável como um centro de cálculo.

Olhar várias disciplinas instrui a criatividade e a multiplicidade é uma saudável nação da universidade e da ciência. Mas como diz o autor acima: "não necessitam, estas disciplinas, ser no sentido amplo da palavra 'interdisciplinares' só pela coexistência de interesses comuns". 

[*] The Complacent Disciplinarian, por Ian Hacking: http://www.interdisciplines.org/interdisciplinarity/papers/7

Fonte: BARRETO, Aldo Albuquerque. Sobre a Interdisciplinaridade. DataGramaZero, v.5   n.6   dez/2004. Disponível em: <http://www.datagramazero.org.br/dez04/Ind_com.htm>. Acesso em: 31 maio 2014.
E no espaço Academia.edu: <https://www.academia.edu/7212387/Sobre_a_Interdisciplinaridade>